A miúda do Pingo Doce, que queria ser recrutada…

by Jaqueline

Eram quase 21h30, o altifalante avisou que o Pingo Doce já se encontrava encerrado.

Portanto, andava eu, no final do dia de trabalho, a serpentear os corredores à espera de ainda conseguir atirar as últimas coisas que me faltavam para o carrinho de compras enquanto corria até a caixa para garantir que conseguia pagar.

Naquela azáfama, fiz uma escolha estratégica (muito se poderia debater acerca do poder da escolha no brilhante livro de Dan Ariely para debater mais tarde). A minha escolha foi a fila mais curta, que tinha apenas uma pessoa com menos coisas, lógico, certo?
Nem sempre, porque às vezes a pessoa que está à vossa frente está confortavelmente a falar com a funcionária da caixa.

empregoDemorei um pouco até perceber o que se passava, enquanto a impaciência aumentava.

A miúda que estava à minha frente, era relativamente jovem, e estava a falar com a funcionária como se fossem amigas de infância, por m
omentos até pensei que se conhecessem, quando me apercebi que a estava a questionar relativamente à sua função… Quanto ganhava, como era trabalhar ali, a formação, o que ela achava, enfim todos os detalhes possíveis e imaginários. Mas enquanto fazia isso a fila parou, não pagava, não arrumava as compras, estava impávida e serena como se houvesse todo o tempo do Mundo e estivesse no café com a sua amiga de sempre.

Não teria nada contra, não estivesse eu no final de um dia de trabalho a ouvir o constantemente que já estavam encerrados.

Sei o que é estar desempregada, pois já passei pela situação, mas se ela se estava a candidatar para funcionária de uma caixa não deveria ser a rapidez um dos requisitos? Conseguir fazer duas coisas coisas ao mesmo tempo, ou seja falar e arrumar as compras, ser despachada?

Seria aquele o local adequado? Teve uma boa atitute? Se eu andasse a recrutar ela estaria no início da minha lista?

Ora vamos por partes:

1) Local indicado: acredito que devemos ir à fonte – ou seja perguntar a quem está no sítio, se é caixa que ela quer ser, então deveria ir perguntar às pessoas que trabalham ali
2) Requisitos: se eu estivesse a recrutar e verificando que não consegue fazer duas coisas rapidamente e que contribuiu para o atraso da fila deixou ou não uma boa impressão?
3) Atitude: o desemprego não é fácil para ninguém, mas ela estava com uma atitude derrotista, o desespero estava espelhado na sua cara, não será um bom sinal para quem recruta

Às miúdas Pingo Doce, sim devem fazê-lo mas aproveitem para perceber se é mesmo aquela área que querem, trabalhem a atitude e adequem as competências. Facilita-vos a vida, e a quem recruta também.

Boa sorte!


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