Como ser auto-suficiente num passo?

by Jaqueline

Este tem sido um mês intenso para conferências e claro quanto mais estamos atentos a um determinado tema mais ela aparece à nossa frente. É uma das leis naturais na vida.

Em Outubro estive em pelo menos duas conferências muito boas sobre a temática. Achei curioso pois uma das questões mais abordadas foi a confiança. A falta dela e a necessidade de a termos enquanto mulheres no mercado de trabalho.

Já ouvi a Kim Sawyer diversas vezes, adoro-a, não sei se posso dizer isto da embaixatriz mas é das mulheres com mais pinta que conheço.

A Kim é a mulher do embaixador por papel social, mas é muito mais do que isso. Não tem filhos, tem uma carreira muito bem sucedida e já implementou uma série de projectos super interessantes destinados às mulheres empreendedoras.

Auto-suficienteEla tem o dom de simplificar as mensagens e segundo ela a definição de empreendedorismo é apenas tentar fazer algo, ser bem sucedido é paying it forward e conseguir virar os downs em ups porque todos os temos.

Como já a ouvi várias vezes não deixa de me surpreender pois tem sempre algo de novo a dizer e a contar, e a história do self-suficient ficou cravada na minha memória.

Não deveria ser eu a contar, a Kim é uma contadora de histórias muito melhor que eu, mas é inevitável partilhar esta porque é das boas histórias que seria um crime guardar só para mim.

Quando era pequena andava na escola os professores diziam que tinha um problema de aprendizagem dizendo mesmo que nunca chegaria a lado nenhum pois era mais burra que todos os outros. Isto foi algo com que teve de lidar desde muito cedo mas por sorte, os seus pais nunca acreditaram e sempre a apoiaram a procurar alternativas.

Focou-se na sua forma específica de aprender, esforçando-se mais do que todos os outros. Carregando no botão fast forward tinha um namorado que lhe queria oferecer um casaco de peles, mas ela não se sentia bem em aceitar pois sabia que não queria ficar com ele. Por isso acabou o namoro. Quando ganhou o primeiro ordenado, claro que a primeira coisa que comprou foi um casaco de peles, vivia em Boston e para além do frio sempre quis ter um.

Pensava eu que a melhor parte da história já estava, mas não…

Quando entrou na loja e ia pagar a vendedora perguntou quais eram as iniciais que queria, e ela estupefacta disse que não percebia porque tinha de ter as iniciais no casaco. A vendedora, de uma forma condescendente explicou que, se não tivesse, quando pendurasse o casaco não saberia qual era o seu. Ela pensou um pouco quando voltou ao balcão disse: – Eu quero que diga auto-suficiente!

Claro que a primeira vez que entrou num bar um dos miúdos lhe perguntou logo quem era o namorado que lhe tinha oferecido o casaco, ela abriu as iniciais de auto-suficiente apareceram. Anos mais tarde a viver num bom prédio, daqueles onde só entram famílias e pessoas em boas posições o mesmo miúdo, agora já homem, ao entrar no elevador olhou para ela e disse:

– Não acredito és a miúda do casaco auto-suficiente. (ao que ela respondeu)

– Mas também compraste aqui casa?

Ele de uma forma envergonhada respondeu que estava apenas a alugar casa.

Moral da história? Às vezes é preciso falhar, às vezes é preciso ter medo e às vezes também é preciso fazer coisas que achamos que não nos estão acessíveis.

A Kim trabalhou para ser auto-suficiente e a confiança, segundo ela é fundamental e é uma das características que, se não temos, devemos trabalhar rapidamente.

Obrigada pelas dicas, como sempre!


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