American Dream #2 – Parem este BUS!

by Jaqueline

Gosto de fazer o disclaimer… eu já tinha vivido nos EUA, portanto existem determinadas coisas que não acho estranho…

Toda a gente fala comigo na rua, as pessoas cumprimentam-se em todo o lado, os cafés são sempre king size e pagamos quando pagamos uma bebida temos direito a 100 refills.

Mas, não me recordo de ter andado tantas vezes de autocarro. Estou na Universidade do Texas, em Austin e o sistema de transportes públicos, basicamente autocarros, funciona muito bem. Todos os estudantes têm direito a andar em toda a rede da cidade de forma gratuita. Boa ideia para Lisboa, não?

Nos primeiros dias, enquanto estava em casa de alguns amigos, os quais viviam longe da Universidade tinha de ir de autocarro.

A primeira viagem correu bem. Vi a universidade, o autocarro parou e eu sai!

O problema foi voltar para casa…

  1. Em primeiro lugar quando se chega a uma cidade que não se conhece para se viver com um JetLag daqui até à lua, o cérebro ainda está a processar os vários ajustes que necessitamos para viver noutra realidade.
  2. Em segundo lugar quando não se conhece estamos sempre mais receosos de tudo, é normal.

Aconselharam-me a fazer download de uma aplicação que informa o percurso, as paragens e o tempo que demora a chegar ao destino.

40 minutos depois apercebi-me que estava mesmo a chegar ao destino.

Tenho aquele momento gravado em câmera lenta na minha mente. Como é que ia parar o autocarro, se não havia botões STOP em lado nenhum.

Comecei a olhar para todos os sítios onde pudesse estar o botão milagroso mas não havia. Como é que era possível um autocarro sem botão STOP? Tinha de pedir ao motorista? Ele parava em todas as estações?

A verdade é que naqueles 40 minutos ia totalmente distraída e nunca reparei no fio amarelo onde as pessoas se agarravam.

Enquanto andamos à procura de botões vermelhos a solução pode estar nos fios amarelos!

Os autocarros aqui pelo Texas, pelos menos a grande maioria não têm botões STOP, têm uns fios amarelos pendurados nas janelas. Puxar esse fio é o equivalente a carregar no STOP.

Como é que descobri?

Porque na busca incessante para encontrar o botão vermelho comecei a verificar qual o padrão que era diferente, o que não havia nos autocarros que conhecia e sem medo de morrer ali electrocutada, puxei o fio.

80 segundos depois o autocarro parou!

São os detalhes simples que nos ajudam a mudar a forma de pensar.

À capacidade de encontrarmos os “Square pegs in round holes”!


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